31 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Poupança. De acordo com a escola clássica, para que haja investimento, é necessário que exista, previamente, uma poupança. Segundo esta visão, deixar de consumir à vista é um sacrifício que alguém só estará disposto a fazer se tiver a expectativa de uma recompensa futura. Essa recompensa seriam os juros que essa pessoa receberá em uma determinada data, em troca do sacrifício de consumo realizado anteriormente. A poupança é, assim, uma função da taxa de juros. Mas, para que o sacrifício possa render um consumo maior no futuro, é preciso que haja expansão, o que depende do volume de investimento. Dessa maneira, pode-se afirmar que dos frutos do investimento resulta a remuneração do poupador.
Na prática, imagine alguém que acaba de se formar e decide abrir o seu próprio negócio. Esta pessoa terá que inicialmente arcar com despesas substanciais para abrir sua empresa, como computadores, mesas, materiais de escritório, entre outros. Cada um desses itens é um tipo de capital que a empresa utilizará para produzir os serviços a serem vendidos. Como esta pessoa irá financiar o empreendimento? Uma das soluções seria pegar um empréstimo no banco. Outro modo seria pedir emprestado para uma pessoa conhecida. Também poderia vender participação na futura empresa para alguém que entraria com o capital ou ainda usar capital próprio. Em todo caso, o investimento estará sendo financiado pela poupança de alguém.
O sistema financeiro se compõe de instituições econômicas que ajudam a promover o encontro entre os poupadores e os investidores. Ressalto, contudo, que uma pessoa que coloca seu dinheiro na poupança ou em outro tipo de produto bancário é considerada um poupador e não um investidor. Pode-se dizer que existe um mercado de “fundos emprestáveis”, onde os vendedores são as pessoas que gastam menos do que sua renda e poupam. Os compradores são as pessoas que querem investir. Os intermediários são as instituições financeiras. O preço do “produto” (fundos emprestáveis) é a taxa de juros que o indivíduo que quer investir em um negócio tem que pagar.
Por outro lado, quanto maior for a remuneração a ser paga ao poupador (juros), menor será o estímulo ao investidor para realizar o esforço de acumular o capital necessário para aumentar a quantidade de produto social. Segundo a visão clássica, a economia estará em equilíbrio quando a taxa de juros é suficiente para estimular os consumidores a poupar e, ao mesmo tempo, compatível com o que os investidores aceitam pagar quando tomam empréstimos para financiar o investimento produtivo. Conclui-se, assim, que a taxa de juros deve ser menor do que a taxa de lucro esperada pelos investidores.