O sistema de metas de inflação foi adotado pelo Brasil em junho de 1999. Todavia, desde 2009, a inflação medida pelo IPCA não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em abril de 2016, a taxa está acima de 9%.
O regime de metas de inflação é uma estratégia de política monetária, concebida e adotada inicialmente na Nova Zelândia em 1989, cujo objetivo é garantir a estabilidade dos preços. Categoricamente, sob o regime de metas de inflação, o banco central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente. O processo, em tese, é relativamente simples. O banco central estima a trajetória futura da inflação e a compara com a meta de inflação, qual seja, aquela que julga ser apropriada para a economia. A diferença entre a previsão e o alvo, determinará o quanto a política monetária tem que ser ajustada.
Nesse sentido, é indispensável a adoção de uma estratégia de comunicação dos planos, objetivos e razões que justificam as decisões de política monetária pautada pela transparência. Por meio dessa ação, as expectativas do mercado são ancoradas, orientando o processo de formação de preços da economia. Desse modo, o prêmio de risco dos ativos financeiros tende a diminuir e a política monetária ganha credibilidade.
A convergência das taxas de inflação, no entanto, pode encontrar algumas dificuldades. A baixa credibilidade da autoridade monetária, uma política fiscal deficiente e a rigidez na implementação do regime de metas podem dificultar, ou elevar o custo da convergência das taxas de inflação. Os bons resultados apresentados têm levado um número crescente de países a adotar o regime de metas de inflação. Oxalá o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, consiga alinhar a meta às necessidades prementes da economia brasileira.
Prof. Dr. da FGV Andriei José Beber