O ouro representa uma modalidade de investimento respeitada em todo o mundo por investidores com os mais variados níveis de experiência. Acredita-se que as primeiras moedas cunhadas em ouro apareceram por volta de 500 a.C. Ao contrário de outros ativos, sua capacidade de manter valor ao longo do tempo, permite que a riqueza seja transmitida e preservada de uma geração para a seguinte. Seu valor intrínseco está vinculado à escassez, obedecendo a um conceito econômico fundamental, a lei da oferta e da procura. Argumenta-se ainda que, diferentemente de ações, títulos ou outros valores mobiliários, o ouro preserva a riqueza, mesmo sob ambientes de instabilidade monetária e social, guerras ou outros eventos extremos.
O dólar americano é considerado uma das moedas mais seguras do mundo. No entanto, qualquer sinal de enfraquecimento da economia americana leva os investidores a naturalmente migrar para a segurança do ouro. Somente entre 2007 e 2009, período mais agudo da crise dos subprimes nos EUA, o ouro experimentou uma valorização de 72%. Nesse mesmo período, a bolsa americana recuou 24%. Está provado, ainda, que o ouro é uma ótima forma de proteção (hedge) durante os momentos de crises financeiras e pressão inflacionária. Seu preço também se eleva quando a confiança nos governos é baixa. Por outro lado, apesar das virtudes propaladas por muitos, o ouro não é uma unanimidade. O magnata do mercado acionário, Warren Buffett sempre deixou clara sua posição contrária sobre investir em ouro. Para ele, o ouro não tem utilidade e somente um valor arbitrário. E complementa: “é melhor ter um ganso que continue botando ovos, do que um ganso que fica apenas sentado”. De acordo com essa lógica, o investidor deve basear suas decisões na capacidade de geração de fluxo de caixa dos ativos e não sobre seu valor intrínseco.
Ninguém fica rico comprando ouro, somente preserva seu patrimônio. Sua volatilidade, medida estatística que indica a intensidade das flutuações em seu preço, aponta para valores anuais inferiores a 20%. Nos últimos anos, investimentos em ouro tornaram-se facilmente acessíveis por meio de uma variada gama de produtos financeiros. Essa variedade, tem conduzido os gestores a sugerir que o ouro faça parte de uma estratégia de diversificação e que, sua participação nas carteiras de investimentos, seja da ordem de 5%. Atualmente, a forma mais comum é a compra de contratos de ouro da BM&FBovespa, por meio de uma corretora de valores.
Existem três tipos de contrato de ouro negociados na bolsa: padrão, fracionário 1 e fracionário 2. No contrato padrão, negocia-se o equivalente a uma barra de 250 gramas de ouro. Já nos fracionários 1 e 2, respectivamente, negociam-se cotas de 10 e 0,225 gramas, respectivamente. Para comprar ouro em barras, o processo é um pouco mais complicado, sendo necessário negociar diretamente com uma distribuidora do metal. Uma das desvantagens desta forma de investimento é a menor liquidez na hora da venda. Os fundos de investimento em ouro, por sua vez, terceirizam a gestão deste ativo a um gestor profissional. O fundo pode ser passivo, que compra o ouro e simplesmente sofre as variações no preço, ou ativo, que compra e vende ouro de acordo com o momento de mercado, buscando rentabilidades maiores. Outros meios, mais rudimentares, são a aquisição de joias e o mercado informal.