Tendências e desafios de mercado para 2019

Especialista aponta que estratégias digitais serão fundamentais para o crescimento das empresas no próximo ano

Complexidade, competição e crise. Talvez as três palavras que poderiam definir o ano de 2018.

Há pouco mais de três meses para o fim do ano, é hora de começar a pensar nos desafios que o mercado trará. A começar pelas profundas mudanças que a tecnologia continuará nos proporcionando. Todos os dias novas regras para os negócios são criadas, diferentes maneiras de efetuar projeções e desenvolver talentos. Melhorar a tomada de decisões, reinventar modelos de negócios e implementar a digitalização, são algumas das ferramentas que as empresas e organizações terão que incorporar para os próximos anos.

O especialista em finanças, gestão e governança e professor da FGV, Andriei Beber, resume tudo isso no que ele chama de “os 6D’s do crescimento exponencial de uma empresa”, abordagem criada pela Singularity University. São eles: digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização. Este processo, de acordo com Beber, resulta na destruição, levando a um novo ciclo de crescimento.

“O desenvolvimento representa a destruição do velho para se criar o novo, o agente básico desse processo de destruição criativa é o empreendedor”, afirma Beber. Porém, a destruição criativa é somente possível se a empresa estiver atenta às novas tecnologias e compreender o valor do que faz, em um ambiente onde a governança tem papel relevante na construção da ética organizacional.

Segundo a consultoria McKinsey, 65% das crianças que nasceram em 2018 vão trabalhar em atividades que ainda não existem e 50% das atividades serão automatizadas, com uma economia de US$ 15 trilhões. Portanto, na opinião de Beber, “a única certeza é que teremos muitas incertezas”. Mas, o ambiente internacional continua favorável e “sempre é possível criar um novo ciclo de crescimento, basta querer”, aponta o especialista.

Afinal, quais serão as tendências de mercado para 2019?

A estratégia digital será fundamental, sem ela as empresas “não existirão” no mercado. Novas maneiras de se relacionar, produzir o produto com o cliente e não para o cliente, ser proativo, estar atendo às mudanças e, se possível, aplicá-las dentro das organizações. “A capacidade empreendedora das empresas, está ligada a três fatores de produção: capital físico, intelectual e financeiro”, ressalta Beber.

A tecnologia está fazendo por nós o que as máquinas fizeram por nossos braços na revolução industrial, portanto, quem usar os obstáculos para criar oportunidades, certamente terá um vantajoso crescimento no próximo ano.


Sobre Andriei Beber

Andriei Beber é doutor em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management e Conselheiro de Administração Certificado pelo IBGC. Também é conselheiro independente da Tecnisa e especialista nas áreas de Finanças, Gestão e Governança.